Economia em Novo Normal

A preocupação de todos, desde que se iniciou a proliferação do Covid-19, classificada como pandemia foi, acertadamente, com o cuidado com a saúde e a vida da população. 

Alguns países relutaram em acreditar que era preciso fechar suas fronteiras externas e, mais drástico ainda, a limitar a circulação de seus cidadãos infra-fronteiras: estados, municípios e províncias. No primeiro momento, medida recomendada por quase unanimidade das vozes de especialistas e autoridades no mundo. 

Em um primeiro momento, a despeito da perplexidade, houve aceitação porque essas medidas se imaginava temporariamente curto o período necessário a volta à normalidade. No entanto, a medida que as notícias, sobre o impacto do vírus, se proliferavam no mundo e demonstravam que os países não estavam preparados para lidar com uma doença cuja capacidade de transmissão atingia rapidamente proporções geométrica, e, por sua vez se conhecia a quantidade de mortes causadas pelo vírus, o horizonte de tempo passou a ser longínquo. 

Decorrido aproximadamente cinco meses, considerando janeiro de 2020 como ponto inicial da transmissão do vírus, a unanimidade do isolamento social passa a ser questionada por que, agora, entra a varável da economia: empregos, produção, escolas, … 

E não sem razão a discussão sobre a sobrevivência das empresas e da economia dos países passa também a fazer parte das preocupações com a demora em retomar as atividades que, começam a serem classificadas como “novo normal”. 

Essa preocupação de fato faz sentido quando você constata as notícias nos principais jornais econômicos e começa a verificar um novo tipo de notícia associada ao impacto do Covid-19. A pandemia do fechamento (ou morte) das empresas, do aumento do desemprego e, como consequência, a baixa atividade econômica: 

Em cinco notícias e/ou artigos sobre o estrago que o vírus vem causando, publicadas em 22/05, na mesma edição do Wall Street Journal é possível identificar o momento único por qual o mundo está passando: 

  1. As empresas enfrentam a economia implacável do coronavírus. Custos crescentes, demanda fraca e limites de clientes desafiam os esforços para reabrir os negócios. Empresas de grandes varejistas e transportadoras de pacotes a restaurantes e salões de beleza locais estão despertando para uma nova realidade econômica na era do novo coronavírus: estar aberto para negócios é quase tão difícil quanto ser fechado. https://www.wsj.com/articles/the-covid-surcharge-companies-confront-unforgiving-economics-of-coronavirus-11590139802?mod=hp_lead_pos1 
  1. Empresa de aluguel de carros Hertz pede falência. O coronavírus contribuiu para problemas. A Hertz Global Holdings Inc., uma das maiores empresas de aluguel de carros do país, entrou com um pedido de proteção contra falência na sexta-feira, com dívidas de cerca de US $ 19 bilhões e quase 700.000 veículos que ficaram ociosos devido ao coronavírus. https://www.wsj.com/articles/hertz-preparing-bankruptcy-filing-as-soon-as-friday-night-sources-say-11590182538?mod=mhp
  1. Inadimplência na Argentina sob dívida soberana em meio a crise de coronavírus. A Argentina deixou de pagar dívidas soberanas pela nona vez em sua história, enquanto a terceira maior economia da América Latina lida com um novo ciclo de contração econômica, inflação descontrolada e um aperto de moeda forte exacerbado pela pandemia de coronavírus. https://www.wsj.com/articles/argentina-moves-closer-to-sovereign-debt-default-amid-coronavirus-crisis-11590160035?mod=mhp
  1. Mercedes-Benz diz que o mercado brasileiro de caminhões cairá 30% este ano. O mercado de caminhões do país ainda é forte nos segmentos agrícola, químico e de alimentos, diz Schiemer.  https://www.wsj.com/articles/brazil-2020-truck-market-to-slump-30-or-more-as-coronavirus-hits-demand-says-mercedes-benz-s-schiemer-11590174013?mod=mhp
  1. Os vírus que transformaram a história. Durante eras, as epidemias causaram mortes em massa e agitação social, com efeitos de longo alcance na política, comércio, migração, colonização e conquista https://www.wsj.com/articles/the-germs-that-transformed-history-11590159271?mod=mhp

A pandemia de Covid-19 é um fenômeno quase único na história do mundo. O único precedente, …, foi a pandemia de gripe de 1918-19

Por sua vez, se olharmos para um outro parâmetro da economia veremos que há um sinal, um esforço, que a recuperação, a despeito de se estimar lenta e gradual, que estamos voltando à quase normalidade. É o caso, por exemplo, do setor de aviação que, embora seja o que mais sofreu no primeiro momento, em função da proibição dos vôos, parece ser o primeiro a mostrar sinais de recuperação. Segundo a FlightRadar24, em janeiro de 2020, a média de vôos era 190 mil. Com as medidas de isolamento a quantidade de vôos caiu para aproximadamente 46 mil em abril. Com o início da abertura nos países, a média dos vôos diários sobe para algo como 121 mil. 

Ou seja, é a economia se ajustando, embora saibamos que esse processo será lento e sua recuperação recairá sobre os Governos centrais com a necessidade de massivos investimentos na manutenção e/ou recuperação das empresas afetadas. 

No Brasil, os indicativos de investimentos, em forma de crédito as empresas, vem sendo feitos pelo BNDES – www.bndes.gov.br – e por outros bancos público de fomento do país. 

Como em toda crise as oportunidades existem, e para quem vislumbra essas oportunidades há investidores privados em busca de negócios que possam rentabilizar seus recursos financeiros, pois as aplicações financeiras em bancos não parecem atrativas. 

Na pandemia Covid-19 nas empresas, há espaço para investimentos em soluções inovadoras em novos processos ou em novas formas de gestão e comunicação. E essa necessidade é porque ainda não se sabe a efetiva reação dos consumidores emergidas dessa nova realidade. 

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